Bancos estatais jogam duro para reter conta de servidor


SÃO PAULO (Reuters) - Para cativar clientes entre os servidores da máquina estadual e municipal, os bancos privados têm que fazer mais que dar um bom lance em licitações. Nesse segmento, eles trombam de frente com bancos estatais, dispostos a usar até a força de agente governamental para manter o domínio desse mercado.
Mesmo para quem tem porte e recursos suficientes para encarar uma boa disputa, como o Itaú, as surpresas são muitas. Numa concorrência para ter a conta salário dos funcionários de Alagoas, por exemplo, o banco ganhou mas não levou.
Seu lance, de 68 milhões de reais, bastou para vencer o Bradesco na concorrência realizada em dezembro. Mas o banco nem chegou a pagar, porque a Caixa Econômica Federal (CEF), que sequer participava da licitação, fez uma proposta mais interessante e o Estado cancelou a licitação.
"A Caixa chegou com a proposta de pagar 44 milhões de reais, mais a construção de 9 mil casas (...) que representam 87 milhões de reais. Diante disso, houve uma decisão de governo de tornar sem efeito a homologação da licitação e continuar com a Caixa, com exclusividade", disse por telefone o secretário-coordenador de Planejamento, Gestão e Finanças de Alagoas, Sérgio Dória.
O Itaú prefere não comentar a situação, mas Dória informou que o banco já acionou Alagoas na Justiça para tentar fazer valer a licitação, posição que o secretário compreende.
"A Procuradoria está alegando interesse público. (...) Minha posição foi a favor da manutenção da licitação do Itaú, minha opinião pessoal", afirmou Dória.
Mas falou mais alto a oferta da Caixa, que demonstrou sua força como financiadora de desenvolvimento urbano e de habitação e ficou com a conta dos servidores do Estado. Segundo Dória, os 44 milhões de reais foram pagos diretamente a fornecedores do Estado e a Caixa comprou ainda 49 milhões de reais em créditos do Fundo de Compensação em Valorização Salarial, um antigo déficit de financiamentos de habitação do governo.

CACIFE
Nas contas do diretor da Caixa Antônio Limone, a contraproposta colocada na mesa pela instituição tinha um valor total, à época, de 78 milhões de reais. Mesmo assim, uma ofensiva agressiva para o perfil da instituição.
"Mas é um caso atípico e extremo", afirmou Limone em entrevista por telefone. O diretor da Caixa diz que a instituição não usa programas habitacionais do governo como cacife nas suas negociações, mas reconhece que isso pesa a favor.
"Eu não uso esse processo como uma arma de negociação, mas é algo que é muito visível. (...) O que nós mostramos é o que nós podemos fazer juntos, o que Caixa e governo federal podem fazer por aquele município", disse.
Segundo ele, a Caixa negocia por fora porque tem por política não entrar em licitações para "comprar" a folha de pagamento de Estados e municípios. "Nós não nos vemos em pé de igualdade a um banco privado nesse sentido", disse Limone.
A mesma visão é compartilhada pelo Banco do Brasil . "Nós não chegamos aos patamares que os bancos estão oferecendo", disse o gerente-executivo responsável pela área no banco, João Pinto Rabelo Júnior, por telefone.
Segundo ele, o BB também tem por política não entrar em licitações. No entanto, tem se esforçado para manter o domínio no segmento --administra a folha de pagamento de 3 mil municípios e oito Estados, se considerado o Paraná, ainda em negociação.
"Tivemos que nos tornar um pouco mais agressivos. Hoje temos alguns instrumentos como dos bancos privados, onde podemos dar uma compensação financeira para os Estados e municípios", disse o gerente do BB.
Segundo ele, esses mecanismos geralmente estão ligados a financiamentos que auxiliam o Estado ou o município na sua gestão, ou fomentam projetos com benefícios sociais. É o caso do Paraná, onde o BB pode bancar um projeto produtivo em cada município.


04/07/2006

Fonte: Yahoo Notícias

 

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