A ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) enfrentou hoje uma reunião de mais de duas horas no Ministério da Fazenda para discutir a nova rodada de licitação para a exploração de petróleo e gás e o destino da usina nuclear Angra 3.
Após o encontro, a ministra disse que esteve reunida com o secretário de Acompanhamento Econômico, Helcio Tokeshi, com o objetivo de discutir a pauta da reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), que ocorre amanhã.
Dilma negou que tenha se encontrado com o ministro Antonio Palocci (Fazenda). No entanto, a assessoria de imprensa da Fazenda informou que houve uma reunião entre eles.
'Eu até vi o ministro, mas [a reunião] foi com o Tokeshi', disse Dilma, ao negar que tenha se encontrado com Palocci.
Ela esteve acompanhada pelo diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman. A Aneel não tem assento no CNPE.
A ministra disse ainda que o caso da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), geradora paulista que tem um alto endividamento, e reajustes de tarifas de energia elétrica não foram discutidos.
Segundo a ministra, a reunião com Tokeshi foi para definir a pauta da reunião do CNPE. No encontro, amanhã em Brasília, serão discutidos o destino de Angra e a sétima rodada de licitações para a exploração de petróleo e gás, que está prevista para ocorrer em outubro.
Devem entrar nesta rodada áreas localizadas nas bacias de Pelotas (RS) e Santos (SP), entre outras.
Angra 3
Angra 3 está parada há mais de dez anos. O custo desta paralisação é de aproximadamente US$ 20 milhões por ano (cerca de R$ 52,6 milhões). Esse dinheiro é usado para a preservação dos equipamentos importados durante o regime militar não virem sucata. A estimativa de investimento para a conclusão da usina é de US$ 1,8 bilhão (aproximadamente R$ 4,73 bilhões).
A ministra disse, no início do mês, que até 2010 o governo tinha outras opções mais baratas, descartando no momento a finalização da usina nuclear.
'Não tem o menor sentido escolher Angra 3 como a fonte que seja economicamente mais barata neste momento.'
Uma dessas alternativas seria o governo optar por termelétricas.
No entanto, ela disse que outros aspectos precisam ser considerados, como os estratégicos e o impacto ambiental de cada tipo de energia.
É o presidente da República que irá decidir o destino de Angra 3. No entanto, essa decisão deverá ser baseada na recomendação do CNPE, que assessora o Palácio do Planalto nos assuntos relacionados a energia.
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