Licitação do Banrisul sob suspeita

Segue a polêmica sobre a licitação para renovação do parque de máquinas do Banrisul. O colunista do Baguete Diário Mário Teza, militante do Projeto Software Livre, colocou mais lenha na fogueira em um texto publicado no Portal na segunda-feira, 26. Teza aponta que o “preconceito tecnológico” – o edital prevê somente a aquisação de náquinas equipadas com Windows - poderia levar a prejuízos para os contribuintes. “A economia anual com o uso de software livre chega a R$ 9 milhões. Por que abrir mão disso?”, analisa.
Segundo Teza, o Tribunal de Contas do Estado já estaria “de olho” na situação e deve impedir o pregão eletrônico marcado para quinta-feira, 29. Uma impugnação já foi concedida antes, para a AMD. O primeiro edital previa a compra excluiva de equipamento com chips Intel. “Mesmo assim, não está bom. O novo texto diz que os processadores da Intel devem ser de 32 bits e os da AMD, de 64, o que deixa o chip deles 30% mais caro em média”, resume.
O verdadeiro problema, no entanto, seria a exclusão do código aberto da lista de possíveis opções. “Se o sistema operacional é único, não podendo influir na disputa, acaba sendo indiferente para as fabricantes”, aponta Teza, que vê a responsabilidade de tomar posição no assunto em mãos da sociedade. “Temos uma reunião marcada com a Comissão de Recursos Públicos da Assembléia Legislativa na segunda. O Sindicato dos Bancários também tomou parte”, informa. Os sindicalistas já têm uma palavra de ordem sobre a disputa, segundo comenta o colunista: “Não dê o dinheiro para o Bill, dê para mim”.
Com a licitação 005/000156, o Banrisul pretende adquirir 7,3 mil máquinas, sendo 4,7 mil terminais de negócios e 2,6 mil terminais de caixa. O gasto total estimado fica na casa dos R$ 30 milhões a R$ 45 milhões.
Procurada por meio de sua assessoria, a instituição preferiu não manifestar-se, posição que já havia assumido respeito a outras matérias publicadas pelo Baguete sobre o assunto.

26/09/2005

Fonte: Baguete