Mercado aguarda grandes concorrências


São Paulo - Prefeituras e governos estaduais sustentaram expansão das compras governamentais no 1º semestre.
As grandes compras do governo federal de equipamentos, softwares e serviços de Tecnologia da Informação (TI), esperadas para o primeiro semestre deste ano, não aconteceram. Com isso, as empresas de pesquisa, que previram no ano passado crescimento das compras governamentais neste ano, já revêem seus cálculos. É o caso da E-Consulting. "Estamos refazendo as estimativas para baixo", diz o diretor de estratégia da E-Consulting, Daniel Domeneghetti. Segundo ele, as previsões da empresa para este ano eram de que as compras de governo - federal, estadual e municipal - representassem 22% dos US$$ 19 bilhões previstos em compras e investimentos de custo TI no País este ano.

"Provavelmente o novo percentual de participação das compras governamentais deverá ficar próximo do de 2003, que ficou abaixo dos 20%", diz o analista, acrescentando que a nova pesquisa deverá ficar pronta em agosto. "A expectativa é que algumas compras do governo federal aconteçam ainda no final do segundo semestre, mas elas deverão ser faturadas somente em 2005", lembra Domeneghetti.

No entanto, as empresas de TI, apesar desse quadro, registraram crescimento nas vendas na esfera governamental graças às encomendas feitas por prefeituras e governos estaduais. É caso da Unisys, Sun, Novell e da Microsiga, por exemplo. "Graças às compras de governos estaduais e municipais, conseguimos registrar aumento nas vendas para governo no primeiro trimestre de 2004", diz o diretor para a área de governo da Unisys, Marco Peano, sem abrir percentuais. Segundo ele, esse crescimento não era o esperado pela empresa. "O primeiro semestre não foi ruim, mas ficou abaixo das expectativas", diz ele.

Na Sun Microsystems, a situação é a mesma. "Registramos um crescimento de 20% no primeiro semestre, e esse percentual ficou abaixo das nossas expectativas", diz o diretor de vendas para governo da Sun no Brasil, Luiz Edmundo Fraga. "O ano passado foi muito ruim, pois existem muitos projetos em gestação e o governo está se movimentando com muita cautela para efetuar as compras", acrescenta Fraga.

De acordo com Peano, da Unisys, as compras do governo se referem mais à renovação de contratos de serviços e terceirização das operações de mainframes, principalmente nas secretarias de Educação e Saúde. O governo tem um grande peso nas vendas da Unisys no Brasil. Responde por 45% do faturamento local da empresa norte-americana. "O governo federal ainda não definiu claramente os projetos. Não existe uma visão clara do que será comprado", diz ele.

A Unisys aposta, para o segundo semestre, em concorrências do Ministério da Justiça e da Previdência, que deverão ser as mais significativas. "A modernização do sistema de arrecadação do INSS é um dos grandes contratos que deverão ser fechados neste ano", diz Peano.

Outra grande concorrência que deverá acontecer no segundo semestre é a da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), autarquia do governo federal, para a terceirização de centros de impressão regionalizados. Essa concorrência, publicada inicialmente em 2002, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foi republicada na semana passada.

De acordo com a assessoria de imprensa dos Correios, a concorrência tinha sido suspensa por uma liminar obtida por representantes das gráficas. O edital foi republicado com as exigências da liminar e a expectativa é de que as propostas sejam recebidas até o dia 18 de agosto.

Atualmente, os Correios distribuem as correspondências bancárias, como extrato de conta corrente, que são impressas geralmente pelo banco ou alguma empresa terceirizada. A licitação tem como objetivo obter uma solução integrada de produção descentralizada de documentos, ou seja, imprimi-los localmente em cada região. A estimativa da ECT é de uma produção total de 8,9 bilhões de documentos durante a vigência do contrato, que é de cinco anos, conforme o edital.

"Trata-se da maior concorrência pública que deverá ocorrer no País neste ano, pois está estimada em cerca de R$ 1 bilhão", diz Peano, da Unisys. Segundo ele, a empresa norte-americana, que participou da primeira concorrência com o correio italiano, vai participar dessa nova concorrência. O parceiro, ou parceiros, ainda não estão definidos.

Outra empresa que informou que não vai ficar fora dessa concorrência é a Sun Microsystems. "Vamos participar da licitação dos Correios com pelo menos um parceiro", diz Fraga, diretor da Sun, sem revelar nomes. Segundo ele, a empresa está com negociações em andamento.

Na opinião de Domeneguetti, da E-Consulting, essa concorrência dos Correios deverá aquecer o mercado no segundo semestre. "Todas as grandes empresas de TI deverão participar", diz ele. Na opinião do executivo, as empresas com maiores chances de vencer serão as que possuem soluções integradas baseadas em plataformas abertas. "A nova política do governo privilegia esse tipo de solução", lembra.

A bandeira do software livre levantada pelo governo Lula está fazendo com que as empresas de TI mudem sua abordagem junto ao governo. "As nossas conversas com o governo têm mudado muito, pois agora temos produto para oferecer - antes o governo era refém dos produtos proprietários", diz o Fraga, da Sun. Segundo ele, a empresa está otimista com essa nova política. "Estamos em constante negociação como o governo, diz ele, sem dar maiores detalhes.


15/06/2004

Fonte: Gazeta Mercantil

 

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