A Argentina e o Uruguai se mostraram preocupados nesta terça-feira com a demora das negociações do acordo de livre comércio entre o Brasil e a União Européia (UE), cuja conclusão estava prevista para o próximo mês. Os governos argentino e uruguaio pediram que o Brasil, que está na presidência semestral do bloco, convoque uma reunião de chanceleres com o comissário europeu do Comércio, Pascal Lamy, mas até agora Brasília não o fez, disse um integrante da diplomacia uruguaia, que pediu anonimato.
O Mercosul e a UE firmaram um tratado em dezembro de 1995 para encaminhar uma área de livre comércio birregional, mas depois de anos de árdua negociação o acordo ficou bloqueado pelas exigências agrícolas sul-americanas e dos europeus nos setores de serviços, investimentos e compras governamentais.
"Ambas as partes estão dispostas a ceder, mas as duas esperam que a outra dê o primeiro passo e assim não há como avançar. Por isso os governos de Buenos Aires e Montevidéu querem uma reunião para encontrar uma maneira de destravar as negociações", disse a fonte.
O diplomata advertiu que há setores industriais que resistem ao acordo birregional porque prejudicaria seus interesses e, diante disso, a diplomacia brasileira atrasa um pronunciamento categórico sobre o desbloqueio das negociações com a UE. Esta atitude "pode ser entendida de duas maneiras: que hoje realmente o governo brasileiro hesita sobre que decisão tomar ou que atrasa a possibilidade de acordo deliberadamente", avaliou.
Por outro lado, fontes brasileiras garantiram que existe vontade política para chegar a um acordo entre o Mercosul e a União Européia, que seria histórico por seu grande alcance para os países sul-americanos, mas ainda faltam definições técnicas.
"Antes da reunião dos chanceleres com Lamy, devem ser aprofundados estudos técnicos sobre as exigências européias, para depois entrar na etapa política", alertou uma fonte brasileira, que também pediu não ser identificada.
Este especialista afirmou que a economia do Brasil é a mais complexa do bloco e que uma abertura muito grande pode afetar alguns setores do país que não existem na Argentina e no Uruguai, como por exemplo a indústria aeronáutica.
Também destacou que o prazo fixado por alguns grupos para chegar a um acordo, dia 31 de outubro de 2004, quando termina o mandato da atual Comissão Européia, é passível de mudanças, acrescentando que a retomada das negociações com uma nova gestão, pode ser melhor.
Em Bruxelas, dias antes, Lamy destacou que as negociações ainda estão em uma fase difícil e dependem das decisões políticas que ambas as partes têm que tomar, mas, principalmente o Mercosul. Em Brasília, o negociador do Mercosul, o brasileiro Regis Arslanian, concordou que a situação está cada vez mais complicada e pediu à UE um sinal ou uma decisão política que desbloqueio a negociação.
07/09/2004
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