Obras em Suape atraem seis grandes empresas

Recife - A Comissão de Licitação Especial para as obras de infra-estrutura básica na área do Porto de Suape onde serão construídos um estaleiro da holding Camargo Corrêa e o Pólo de Poliester realizou ontem a abertura dos envelopes da etapa de pré-qualificação. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, Alexandre Valença, e o presidente da estatal de Suape, Matheus Antunes, revelaram que seis grandes empresas brasileiras apresentaram as documentações e dentro de cinco dias a comissão anunciará se todas elas poderão participar do processo de licitação nacional. Entre as empresas figuram a Odebrecht e a Queiroz Galvão.
A pré-qualificação foi iniciada no dia 11 de janeiro passado. As obras estimadas em R$ 90 milhões compreendem a construção de 4,5 quilômetros de acesso rodoviário, 4,5 quilômetros de ferrovia e a dragagem do canal de acesso ao estaleiro e da área de cais do empreendimento. A execução deve durar dois anos. "Esperamos estar assinando a ordem de serviço entre o final de março e o início de abril", afirma Alexandre Valença.
O secretário ressalta a importância desta etapa. "Estamos licitando uma obra que exige extrema responsabilidade por parte do governo e de quem vai executá-la. Portanto, queremos garantir que a empresa ou consórcio vencedor tenha know how e capacidade operacional para tocar o empreendimento sem qualquer tipo de problema", afirma o secretário, ressaltando que puderam participar da pré-qualificação empresas isoladas e consórcios de até duas empresas.

400 hectares de área
"Com essas obras - que vão beneficiar não apenas o estaleiro, como outras empresas que venham a se instalar no pólo naval do estado e também o parque de poliester e PET que será construído pelo grupo italiano M&G -, estamos incorporando a Suape mais 400 hectares de área", afirma o presidente da estatal de Suape, Matheus Antunes.
O executivo detalha que o acesso rodoviário vai interligar a área do estaleiro e do parque da M&G ao tronco rodoviário sul de Suape. Já a dragagem tem previsão de retirar 6,5 milhões metros cúbicos de material e vai viabilizar o canal de acesso ao estaleiro e o dique seco do empreendimento. O dique terá 520 metros de extensão, 140 metros de largura e profundidade de 15 metros.
Quanto aos recursos, o governo de Pernambuco reservou um total de R$ 30 milhões no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2005 e 2006 e esperar levantar a outra fatia dos recursos através do Orçamento Geral da União (OGU). Para este ano, estão reservados para Suape no projeto do OGU R$ 42 milhões.

Construção de estaleiro
A Camargo Corrêa programa iniciar no segundo semestre deste ano a construção do seu primeiro estaleiro, um mega-empreendimento nos padrões da indústria naval internacional e que será o maior e mais moderno do Hemisfério Sul. A previsão é de investimentos de US$ 170 milhões e geração de cinco mil empregos diretos e 25 mil indiretos. A expec-tativa da Camargo Corrêa é de que as operações sejam iniciadas em 2007.
Como não tem experiência no segmento, a holding se articula com nada menos que com o grupo japonês Mitsui, o maior do setor naval no mundo e que ao que tudo indica será parceiro no negócio e fornecedor do know-how. A área total do estaleiro será de 780 mil metros quadrados. Já a capacidade será de dois navios a cada 18 meses e uma plataforma de petróleo a cada 36 meses.
O faturamento, por sua vez, é estimado em cerca de R$ 1 bilhão por ano. Em relação ao mercado, a idéia é suprir principalmente as necessidades da Petrobras - que está licitando a compra de 42 navios -, mas sem deixar de voltar a atenção também para o segmento privado nacional e clientela internacional da companhia.

22/02/2005

Fonte: Gazeta do Brasil