A Anatel prepara o leilão de licenças para instalação de redes de terceira geração de telefonia celular (3G) ainda neste ano. Porém, nos bastidores, vem se desenrolando disputa que coloca de um lado operadoras e fabricantes de equipamentos que defendem o adiamento da licitação e, de outro, os que preferem que se realize ainda este ano, pois vão se beneficiar com a implantação do serviço.
Para a Vivo, por exemplo, a oferta de freqüências de 3G abre espaço para a operadora adquirir licença para atuar em Minas Gerais e no Nordeste, onde hoje não tem serviços próprios. Já as operadoras que usam o padrão GSM querem enfrentar a Vivo, que é líder no país e consegue maior velocidade na transmissão de dados com a tecnologia CDMA.
O coro entre operadoras que utilizam sistemas GSM é de que a concorrência já está acirrada com até quatro operadoras em todas as regiões do país e que este não é o melhor momento para os pesados investimentos que uma nova infra-estrutura de 3G irá exigir.
A disputa ficou clara nas apresentações do Rio Wireless, evento promovido pela Network Eventos com o apoio do Valor. Ontem, o diretor da Siemens, Mario Baumgarten, defendeu o adiamento do leilão. Ele lembrou que a base para sustentação da infra-estrutura de terceira geração será a receita com transmissão de dados. Segundo o executivo, dos US$ 40 bilhões em 2004 no mundo de faturamento em serviços sem ser de voz, 80% foram relativos ao envio de mensagens - que não pode ser classificado como um serviço 3G. Os US$ 8 bilhões restantes, segundo ele, não são suficientes para sustentar o investimento: "Quem vai financiar essa rede? ", indagou.
Baumgarten destacou que hoje, no mundo e no Brasil, o alcance da telefonia celular está diretamente relacionado à renda. Enquanto nos países europeus 80% da população, em média, tem celular, no Brasil esse índice está entre 40% e 50% nos Estados mais ricos (Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e nos de ampla extensão territorial, como Mato Grosso do Sul. No Distrito Federal, chega a praticamente 100% dos habitantes.
Por isso, ele sugeriu que a Anatel analise de forma cuidadosa se 2005 é realmente o ano adequado para a licitação.
O diretor da Nortel Newton Scartezini reagiu, lembrando que o país não deve ficar distante do movimento nos países desenvolvidos. Ele afirmou que o Brasil é exportador de celulares e deve manter sua linha de produtos alinhada à demanda mundial.
Na mesma linha falou o vice-presidente da Qualcomm Valerijonas Seivalos. Ele argumentou que a Anatel não deve adiar a decisão em torno da 3G. Na avaliação dele, o órgão regulador vai optar por realizar ainda neste ano. A Qualcomm detém boa parte das patentes da tecnologia CDMA e do CDMA 2000, que está no ambiente de terceira geração.
Para equilibrar os ânimos, o gerente geral de certificação de engenharia de espectro da Anatel, Francisco Carlos Giacomini Soares, disse que a a licitação de 3G ainda vai ser alvo de discussão do conselho diretor da agência reguladora. "A decisão ainda não está tomada. A discussão está aberta. Mas esperar muito pode passar do 'timing' correto", disse.
25/05/2005
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