A Transpetro manteve os sete grupos pré-qualificados para a licitação para a construção dos petroleiros da estatal, após a análise de todos os recursos dos concorrentes. O anúncio foi feito ontem na cerimônia de abertura da concorrência para a construção dos primeiros 26 navios, avaliados em US$ 1,28 bilhão, do seu Programa de Modernização e Expansão da Frota, que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao todo, o programa prevê a construção de 42 embarcações, com investimentos de US$ 1,9 bilhão, mas o prazo para a encomenda dos 16 navios restantes ainda não foi anunciado. As cartas-convite aos concorrentes pré-qualificados foram enviadas ontem e as empresas terão de apresentar suas propostas em 45 dias.
— Esperamos que no fim deste ano ou no início do ano que vem estejamos assinando os contratos, e que os primeiros navios estejam flutuando até o fim de 2006 — afirmou o presidente da Transpetro, Sergio Machado.
Machado explicou que o aumento do número de navios licitados na primeira fase do programa de renovação da Frota — a previsão anterior era de 22 embarcações — é para dar maior escala de produção aos concorrentes a fim de torná-los mais competitivos. A empresa calcula que a construção dos 26 navios criará 20 mil empregos.
Dos sete grupos qualificados, quatro poderão concorrer à construção de todos os tipos de navios licitados (incluindo os de maior porte). Desses, dois são do Estado do Rio: o Brasfels, de Angra dos Reis, e o consórcio Rio Naval (formado pelo estaleiro Sermetal e as empresas de engenharia, Iesa e MPE Montagens). Concorrem nesta mesma categoria o consórcio Rio Grande (Aker, estaleiro Aker Promar e Queiroz Galvão), que deverá construir um estaleiro no Rio Grande do Sul, e o grupo formado pela Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez, que tem um projeto de fazer um estaleiro em Pernambuco.
Para a categoria B, que engloba navios de menor porte, foram qualificados os estaleiros Mauá Jurong, de Niterói, Eisa, do Rio de Janeiro, e o Estaleiro Rio Grande, projeto do grupo Arbi, que deverá construir uma unidade no Rio Grande do Sul.
Na cerimônia, o presidente Lula ressaltou a importância de o país ter navios próprios:
— Por que a Petrobras tem de ter um déficit (anual) de US$ 1,2 bilhão nos gastos com frete e o Brasil tem que ter um déficit de US$ 10 bilhões em fretes? — indagou o presidente em seu discurso.
11/10/2005
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