Diretora da Secretaria de Educação denuncia fraudes em licitações


Em sessão extraordinária, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Educação ouviu nesta terça-feira a diretora de Apoio Logístico e Material da Secretaria de Educação, Elizabeth Carvalho Marinini. Convocada para explicar os processos de licitação para transporte escolar realizados pelo órgão, ela acusou o ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL) da entidade Achiles Santana de ter fraudado alguns processos seletivos.
A empresa vencedora da licitação de 2003 foi a Moura Transportes. Mas, segundo Elizabeth, Santana teria interesse que a firma escolhida fosse a Esave. Ela disse que o ex-presidente da CPL adiou três vezes a realização da licitação para que a Esave, que pertence ao senador Valmir Amaral (PP-DF), tivesse condições de concorrer ao edital. A diretora ainda afirmou que o resultado da primeira fase do processo teria sido divulgado à Esave antes de ser mostrado às outras concorrentes.
Santana também acusa a funcionária da Secretaria. Em depoimento prestado à CPI em sessões anteriores, ele disse que a Elizabeth Marinini intercedeu para que a Moura vencesse a seleção. Segundo o ex-presidente da CPL, ela trocou duas folhas do contrato apresentado pela empresa. Elizabeth confirmou o fato, mas alegou que a substituição estava prevista no edital.
Acareação
O relator da CPI, Paulo Tadeu (PT), avisou que a Comissão irá programar uma acareação entre Achiles e Elizabeth. “Ela o acusou de gerenciar um esquema de fraudes. Precisamos ouvir os dois juntos”, afirmou o deputado.
Ele considerou consistente a primeira parte do depoimento da diretora da Secretaria, quando ela explicou como se dá o funcionamento do órgão. O segundo momento, entretanto, não convenceu os membros da Comissão. “A depoente não soube explicar as denúncias que recaem sobre ela”, conclui o petista.
A acareação entre os dois ainda não tem data marcada. A próxima sessão da CPI acontecerá daqui a dois dias.
Uniformes escolares
Funcionária do Governo do Distrito Federal (GDF) desde 1993, Elizabeth é investigada pelo Ministério Público do DF (MPDF) por suspeita de envolvimento fraude em licitação para a compra de uniforme escolar há alguns anos. De acordo com a apuração, o produto teria sido comprado pela bagatela de R$ 5 milhões. O MPDF acusa a empresa vencedora da seleção de não ser qualificada para o serviço. Elizabeth nega as acusações.


30/08/2005

Fonte: CorreioWeb

 

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