A construtora Gautama continua impedida de participar de licitações públicas. O presidente do Superior Tribunal da Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, negou pedido da empresa no qual ela tenta reverter pena de inidoneidade aplicada pelo governo. A Gautama foi apontada como pivô do esquema de corrupção desbaratado pela Operação Navalha, da Polícia Federal.
A construtora, de propriedade de Zuleido Veras, tenta diminuir os prejuízos decorrentes da medida imposta pela Controladoria Geral da União (CGU) no ano passado. Impedidos de fazer novos negócios com o governo, Zuleido e sócios tiveram cancelados vários contratos que haviam sido firmados.
Os advogados da empresa sustentam que o governo adota uma interpretação equivocada da declaração de inidoneidade e requerem uma revisão, a fim de que seus efeitos e não atinjam contratos em execução. Pedido similar havia sido feito ao STJ em dezembro, mas não houve êxito. O presidente do STJ não identificou fato novo ou urgência no caso e negou a liminar, repassando ao colega José Delgado a missão de opinar em definitivo sobre o assunto em fevereiro, após as férias forenses. Delgado relatou o mandado de segurança anterior proposto pela Gautama e, na ocasião, entendeu que a aplicação da pena feita pelo governo federal se respaldou em fatos concretos e só poderá ser mudada em caso de sentença judicial definitiva em favor da empresa.
máfia. A empreiteira é acusada de liderar a máfia das obras, que teria desviado milhões de reais de obras públicas contratadas pelo governo federal. A Polícia Federal prendeu 46 suspeitos de envolvimento no esquema, em maio passado. Entre elas, Ivo Almeida Costa, assessor do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares, o ex-deputado distrital Pedro Passos, além de prefeitos, empresários e funcionários da construtora.
As fraudes envolviam contratos em Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal. A Procuradoria Geral da República analisa o relatório policial, a partir do qual deverá pedir a abertura de ação penal contra os envolvidos.
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