Belo Horizonte - Governo investe em várias ações sociais, com ênfase na inclusão digital e incentivo ao artesanato local. O governo de Minas Gerais já repassou cerca de R$ 30 milhões para vários programas de desenvolvimento do norte do estado desde neste ano, em ações a cargo da Secretaria para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas. Projetos de inclusão digital, de desenvolvimento e incentivos ao artesanato local, agricultura familiar e atração de empresas estão entre as ações fomentadas e que já apresentam resultados, como geração de emprego e renda. Os recursos são do próprio estado, do governo federal e, também, do Banco Mundial.
A região sob os cuidados da secretaria abrange uma área de 218,7 mil quilômetros quadrados, 37% do território mineiro, e abriga 188 cidades e cerca de 2,8 milhões de pessoas. "Temos o desafio de produzir ações significativas que sustentem a construção de um projeto social alternativo e de desenvolvimento econômico. Pois não há inclusão social sem inclusão econômica", disse Elbe Brandão, titular da pasta.
A secretária disse que para gerar renda e emprego na região é necessário mostrar ao mundo o potencial do sertanejo, que tem uma das culturas mais ricas do Brasil, mas também é necessário atrair investimentos para a região. O projeto de irrigação Jaíba, que está em fase de leilão de terrenos é uma dessas formas de atração, que deve trazer grandes e médios produtores para o local.
Elbe Brandão também informou que em breve uma grande fábrica de fundição e outra de biodiesel serão abertas no local, provavelmente nas proximidades do município de Bocaiúva. O projeto não foi detalhado pela secretária, mas informações de mercado atestam que podem chegar a R$ 60 milhões de investimentos. Também não foi anunciado o cronograma. "Temos grande potencial para atrair projetos, pois dispomos de boa logística, energia e gente trabalhadora", disse.
A agricultura é um dos principais enfoques para o desenvolvimento do Norte de Minas e, para desenvolve-la, foi criado um crédito fundiário, o projeto Cultivar, com apoio técnico e financeiro do Banco Mundial.
O principal objetivo do fundo é contribuir para a elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região, financiando a compra de terras por parte de associações de trabalhadores rurais sem-terra e ou minifundiários, apoiando ainda seu projetos produtivos e sociais. Os recursos previstos pelo programa são da ordem de R$ 88 milhões e a previsão é atingir 2.000 famílias e 73 mil hectares adquiridos. Os recursos alocados em 2003 somaram a cifra de R$ 4,67 bilhões.
Entre os projetos de desenvolvimento do Norte e Vales do Jequitinhonha e Mucuri, o de inclusão digital é considerado pelo governo mineiro estruturador. O governo aplicou R$ 3 milhões para a implantação de 36 centros tecnológicos em cidades da região. Os centros poderão ser usados como incubadores empresarias para novos empreendimentos nas cidades do Norte, além de ser um serviço de utilidade pública, que disponibilizará para o sertanejo sites de anúncios de pequenos produtores e varejistas da região, servindo de intercâmbio em negócios e ainda dar acesso à internet para a população local. A estimativa é atender a quase 100 mil pessoas.
Além do recurso estadual, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome deve liberar outros R$ 2,5 milhões para a construção de 94 telecentros em 94 cidades do semi-árido mineiro (região Norte e Vale do Jequitinhonha). Os centros tecnológicos também terão o papel de fomentar com informação os agricultores do norte. A agricultura também recebe cuidados especiais da secretaria.
Neste ano, por iniciativa da pasta e contando com o apoio da Empresa de Assistência e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), 30 técnicos da entidade percorrem as 188 cidades dando orientações ao homem do campo no que se refere a irrigação e meios de plantio. Já foram orientados 1.300 produtores. "As condições climáticas e a luminosidade da região permite grande culturas como o tomate, fruticulturas e até o café", disse Elbe Brandão.
O programa Plantando a Esperança foi lançado no ano passado com o intuito de fomenta a agricultura familiar no norte de Minas Gerais. O objetivo é melhorar a diversificação das atividades agrícolas e reduzir perdas na pós colheita e armazenamento. Estão sendo oferecidos cursos de capacitação para os produtores, como técnicas de colheita e comercialização. O programa conta com um orçamento de R$ 300 mil e deve beneficiar 2.000 pessoas.
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